sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Tecnologias Sociais e Políticas Públicas


Tecnologias Sociais e Políticas públicas

Tomando-se como o ponto de partida o autor revela que há uma disseminação do que vem a ser tecnologia social em diversos campos dos saberes, estes por sua vez, não envolvem uma consciência como sendo tecnologias sociais propriamente ditas, todavia soluções pontuais.

Entendendo que a partir da terminologia conceitual da tecnologia social, esta é relacionada com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais, espaciais, ecológicos e ambientais da sociedade humana atrelada as diversas esferas de poder: legislativo, executivo e judiciário.

E fica o questionamento a respeito dos modos operantes de como ter de fato uma articulação entre a formulação de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento de tecnologias sociais em bases sustentáveis e o fortalecimento da sociedade civil.

Neste âmbito são pertinentes os debates em congressos Nacionais, câmaras legislativas, estaduais, distritais e municipais buscando informar e mobilizar os formuladores de políticas e de cursos voltados para a análise e desenvolvimento de tecnologias sociais agregadas às políticas sustentáveis e de elementos organizacionais capazes de viabilizá-las.

Ações voltadas para a formação de capital social nas comunidades de menor desenvolvimento humano e que associem qualidade de vida e meio ambiente com visão transdisciplinar.

As tecnologias sociais apontam para um baixo custo econômico para sua implantação, devendo na maioria das vezes, ofertarmos um grande impacto social e uma relevância, tomemos como os exemplos a formulação das multimisturas, as construções das cisternas e dentre tantas outras que tem como grandes expressões de desenvolvimento de tecnologia social.

O autor sinaliza que não são condições essenciais para o desenvolvimento de tecnologias sociais as simples aglomerações humanas, o surgimento delas fica estruturado em modelos flexíveis, sendo reaplicáveis necessitam ser ampliadas tornarem viáveis em largas escalas a partir de uns parâmetros:

A primeira fase é a da criação. Nesta etapa envolve os aspectos cognitivos, entendidos como o surgimento de idéias baseadas na realidade sociolcultural da região onde encontram os grupos sociais, essas idéias são de cunho popular ou até mesmo científico ou uma combinação de ambas.

A segunda fase é e fase da viabilidade técnica. Nesta etapa, há uma metodologia científica sistematizada para a consolidação de um padrão tecnológico. Feito por profissionais com uma qualificação técnica para uma apreciação Deve-se ter claro o termo da burocracia é um conceito administrativo amplamente usado, caracterizado principalmente por um sistema hierárquico, com alta divisão de responsabilidades, onde seus membros executam invariavelmente regras e procedimentos padrões, como engrenagens de uma máquina.

A terceira fase é a da política. É arremetida a idéia da orientação ou a atitude de um governo local, nacional ou transnacional em relação a certos assuntos e problemas de interesse público. A partir dessa premissa vêm os entraves, pois só há política no seu conceito se há interesse partidário ou popularidade para a próxima campanha na cidadania volátil do eleitor. Obedece a uma lógica de participação popular, da transparência e da inclusão tomada de decisões. Daí a importância da sociedade civil devidamente organizada politicamente como também uma consciência coletiva com solidez na resolutividade de problemas sociais.

Uma quarta fase é a fase da viabilidade social. É a capacidade de a tecnologia ser aplicada em escala. A idéia de a tecnologia social ser aplicada em escala, parece em uma análise preliminar ferir os princípios de um desenvolvimento sustentável local, convertendo-a num contexto globalizante. Não há uma equidade de sua aplicabilidade em regiões distintas de um país continental como o Brasil.

“As fases, para serem plenamente cumpridas, precisam tornar possível a articulação entre governo, administração, especialistas e organizações sociais.”

Para que atenda a quarta fase é necessário passar pelo crivo político. A esfera governamental é fundamental para a destinação de recursos financeiros e viabilizar as tecnologias sociais, sem esse apoio, iria ter apenas boas práticas sociais, as tecnologias sociais passarão a ser estanques e engessadas.

Mesmo com soluções do ponto de vista econômico representam um baixo custo, ou mesmo um impacto ambiental para a solução de problemas, o andamento das tecnologias sociais se esbarra em outros interesses como a publicidade na mídia ou então uma “necessidade” de realizar megaprojetos.

Um dos desafios da tecnologia social reside no conceito de desenvolvimento humano: ampliar as capacidades humanas baseados nos quatro pilares: como o acesso à educação para a tomada da consciência, acesso aos recursos naturais para a sobrevivência, uma saúde garantida para a longevidade e a cidadania tendo como representativo uma participação popular.

Como o desenvolvimento humano está longe de sua plenitude, e deverá ser esperados lampejos de vontade política para acontecer-lho, um outro circuito da implantação da tecnologia social é a burocracia, e segundo o sociólogo alemão Max Weber “integrou o estudo das organizações ao desenvolvimento histórico-social. Segundo ele, cada época social caracterizou-se por um determinado sistema político e por uma elite que, para manter o poder e a legitimidade, desenvolveu um determinado aparelho administrativo para servir de suporte à sua autoridade.”.

Quando passam por esses circuitos, a academia dá uma roupagem as tecnologias sociais, pois aumentam suas chances de serem legitimadas e ganhar força no circuito administrativo.”Várias tecnologias ,ao serem analisadas neste âmbito,passam a ter status de solução recomendada pela academia.Diga-se de passagem,é a academia quem forma uma parcela relevante da burocracia e da opinião pública que legitima os dirigentes no processo de representação”

As tecnologias sociais surgem a partir das necessidades locais ligadas a organizações sociais. Embora com esse aporte, os recursos humanos poderão ficar estagnados se não houver um programa de educação continuada da população. Sabemos que a situação educacional do país é precária, e isso dificulta uma continuidade de seguimento dos projetos que viabilizam as tecnologias sociais.

“As pessoas não foram formadas para desenvolver capacidades gerenciais, organizativas, de planejamento. Não foram preparadas para prever riscos, aproveitar oportunidades. Não foram estimuladas a persistir, superar dificuldades, a insistentemente procurar ajuda.”

O processo de construção e a construção do processo das Tecnologias Sociais

A engenharia de construção das tecnologias irá garantir:

· Reconhecer a autoria

· Registro de Experiência

· Status de Excelência

· Sistematização dos processos de construção

· Manualização

Há, no entanto uma “arquitetura” a ser desenvolvida para fortalecer a tecnologia social: desenvolver, integrar e compartilhar os bancos de dados existentes em diversos órgãos governamentais ou não pelo país. Com este é possível formar uma rede de tecnologia social, permitindo uma difusão cada vez mais acessível a todos os agente sociais.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Produções Científicas - Responsabilidade Social




As constantes transições ocorridas no contexto atual globalizado têm exigido um novo perfil de formação de profissionais de fisioterapia, cujas competências e habilidades devem estar em consonância com as questões que perpassam pela responsabilidade socioambiental. A inserção de novos conteúdos, associados às metodologias ativas de aprendizagem significativa, nos programas curriculares, tem sinalizado mudanças satisfatórias na quebra de paradigmas da formação discente. O objetivo desse trabalho foi analisar o olhar da responsabilidade socioambiental dos discentes de fisioterapia, utilizando mapas conceituais. Estes consistem na construção de um diagrama que indica a relação dos conceitos em uma perspectiva bidimensional, procurando mostrar as relações hierárquicas entre os conceitos pertinentes á estrutura do conteúdo. Foram coletados dados no contexto de três disciplinas em modalidade semi-presencial e presencial, no Curso de Graduação em Fisioterapia da Faculdade “X”, localizado em uma Instituição de Ensino Superior (IES) de um município da Bahia: Meio Ambiente e Sociedade, Introdução a Fisioterapia e TID I (Trabalho Interdisciplinar Dirigido I), ofertadas aos discentes do primeiro e segundo semestre. Analisados 13 mapas conceituais produzidos na disciplina TID I, os alunos foram desafiados em associar conteúdos diferentes numa temática central do Fisioterapeuta x Meio Ambiente, que estão dissociados uns dos outros, pelo próprio sistema educacional vigente e a quebra desse paradigma. Pode-se verificar a intima relação entre os mesmos, de uma maneira construtiva e reflexiva pelos depoimentos, a superação dessas dificuldades e uma elevação da auto-estima. Constatou-se que existem novas formas de observar, analisar e executar, e de fazer as interconexões da historicidade e áreas de atuação da fisioterapia, em articulação com as questões atuais ambientais e da responsabilidade socioambiental. As diversificações das estruturas cognitivas dos acadêmicos de fisioterapia, configuradas nos mapas conceituais permitiram uma riqueza de interseções entre a responsabilidade socioambiental e das diferentes formas de atuação profissional em Fisioterapia.

Prezados Amigos,

Demorei a postar novas informações pois as atividades de leitura e produção do mestrado tem tomado muito tempo para o blog.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Análise Conceitual - 2

As empresas brasileiras assumem que realizam práticas de responsabilidade social com o seu público interno,mas a realidade é destoante com os quadros que definem a missão da organização.

Citarei alguns dos exemplos que tangenciam a realidade de muitos empregados : a motivação dos empregados não passam por cursos de reciclagem de treinamento de processos organizacionais, o tempo necessário para o repouso das atividades laborativas não são respeitados atribuindo aos empregados a carga estereotipada de preguiçosos e que não vestem a camisa da organização, a participação nos lucros das empresas não são discutidos, as reuniões são apenas informativas, as leis trabalhistas não são respeitadas,variações salariais associadas as diferenças de género e cor e não exclusivas por titulação ou tempo de serviços prestados,atividades de ergonomia nas empresas,inclusão de deficientes físicos no quadro funcional.

Em qual destas você leitor se enquadra ?
Conhece alguém dentro da organização que sofre dentro da organização ?

Responsabilidade Social 2


"A responsabilidade social corporativa, segundo Almeida (1999, p. A-2), é ”o comprometimento permanente dos empresários em adotar um comportamento ético e contribuir para o desenvolvimento econômico, melhorando, simultaneamente, a qualidade de vida de seus empregados e de suas famílias, da comunidade local e da sociedade como um todo”. Acredita-se que a responsabilidade social corporativa é a expansão e a evolução do conceito de empresa para além do seu ambiente interno, pois, para Makower (1994), uma empresa socialmente responsável tem uma visão de que tudo que ela faz gera uma variedade de impactos diretos e indiretos dentro e fora dela, atingindo desde os consumidores e empregados até a comunidade e o meio ambiente."

MENDONÇA, J. R. C.de; GONÇALVES, J.C.de S. Responsabilidade social nas empresas: uma questão de imagem ou de essência?. In: Revista O e S. Salvador: EAUFBA, 2004. V.11, no 29, p. 115 -130.


quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Análise Conceitual - Definições 1

Algumas dessas definições são meramente um entendimento sobre a evolução conceitual sobre responsabilidade social(RS).

A filantropia mesmo é algo que o senso comum tem atribuído a RS, onde instituições sociais clássicas como a família, associações, grupos religiosos diversos mobilizados por valores humanísticos preocupam-se em minimizar sofrimentos dos grupos sociais excluídos com a questão da fome, da vestimenta e outros.

Ações sociais são atividades pontuais em uma comunidade específica que na realidade não promovem uma transformação social.

A RSC tem origens mais complexas que abordarei em um outro tópico especial.Todavia, para que possa ter um entendimento rápido, a RSC tem raízes históricas na fragilidade do primeiro setor, a figura do Estado, em não garantir de maneira satisfatória as necessidades básicas da população como as esferas da educação, saúde, segurança, emprego e outros.A RSC tem cunho instrumental, onde a organização promove transformações sociais por obrigatoriedade legal até o nível mais avançado de cunho ético , não limitando-se as obrigações legais mas que promovam o desenvolvimento sustentável : os pilares , econômicos, ambientais e sociais.

O Marketing Social tem uma relação de proximidade com a visibilidade das organizaçãoes no ambiente externo,não só apenas com o viés óbio de lucratividade,mas de obter resultados expressivos, de novos recursos, redução ou insenção de impostos, certificações de qualidade e sobretudo uma preocupação com a imagem.

Definições


Um conjunto de conceitos devem ser abordados para que o leitor não confunda a Responsabilidade Social . Encontrei na literatura especializada algumas abordagens.

Filantropia : Tem como base princípios de caridade e custódia e amor a humanidade.

Ação social : É a ação de curto prazo com o objetivo de satisfazer as necessidades em prol da sociedade ou uma comunidade específica.
Responsabilidade Social Corporativa (RSC) : É o comportamento ético e responsável na busca da qualidade nas relações que a organização estabelece com todos os seus stakeholders, associado direta e indiretamente ao negócio da empresa,incorporando a orientação estratégica da empresa, e refletindo em desafios ético para as dimensões econômica, ambiental e social.

Marketing Social : Significa entender e atender a sociedade, proporcionando a satisfação e o bem-estar da mesma dentro de um comportamento ético e social responsável,visando as transformações sociais.

Karkotli,Gilson Responsabilidade Social: uma contribuição à gestão transformadora das organizações,Petropolis,RJ:Vozes,2004

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Análise Conceitual - Responsabilidade Social 1

Fomentar esse conceito de responsabilidade social deverá ser a partir de um comportamento ético.Dos atores sociais com seus pares,com seus semelhantes.É antes de tudo quebrar os paradigmas de valores incrustados no nosso consciente coletivo como a competitividade, o individualismo e a falta de solidariedade.

Quem deve exercer a responsabilidade social ?

Cada um de nós. Em nossos gestos,pensamentos e atitudes .

O que é Responsabilidade Social ?

"A Responsabilidade Social busca estimular o desenvolvimento do cidadão e fomentar a cidadania individual e coletiva. Sua ética social é centrada no dever cívico (...). As ações de Responsabilidade Social são extensivas a todos os que participam da vida em sociedade – indivíduos, governo, empresas, grupos sociais, movimentos sociais, igreja, partidos políticos e outras instituições (MELO NETO e FROES, 2001, p.26-27)."

MELO NETO, Francisco Paulo de; FROES, César. Gestão da responsabilidade social corporativa: o caso brasileiro. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001.