Tecnologias Sociais e Políticas públicas
Tomando-se como o ponto de partida o autor revela que há uma disseminação do que vem a ser tecnologia social em diversos campos dos saberes, estes por sua vez, não envolvem uma consciência como sendo tecnologias sociais propriamente ditas, todavia soluções pontuais.
Entendendo que a partir da terminologia conceitual da tecnologia social, esta é relacionada com a continuidade dos aspectos econômicos, sociais, culturais, espaciais, ecológicos e ambientais da sociedade humana atrelada as diversas esferas de poder: legislativo, executivo e judiciário.
E fica o questionamento a respeito dos modos operantes de como ter de fato uma articulação entre a formulação de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento de tecnologias sociais em bases sustentáveis e o fortalecimento da sociedade civil.
Neste âmbito são pertinentes os debates
Ações voltadas para a formação de capital social nas comunidades de menor desenvolvimento humano e que associem qualidade de vida e meio ambiente com visão transdisciplinar.
As tecnologias sociais apontam para um baixo custo econômico para sua implantação, devendo na maioria das vezes, ofertarmos um grande impacto social e uma relevância, tomemos como os exemplos a formulação das multimisturas, as construções das cisternas e dentre tantas outras que tem como grandes expressões de desenvolvimento de tecnologia social.
O autor sinaliza que não são condições essenciais para o desenvolvimento de tecnologias sociais as simples aglomerações humanas, o surgimento delas fica estruturado em modelos flexíveis, sendo reaplicáveis necessitam ser ampliadas tornarem viáveis em largas escalas a partir de uns parâmetros:
A primeira fase é a da criação. Nesta etapa envolve os aspectos cognitivos, entendidos como o surgimento de idéias baseadas na realidade sociolcultural da região onde encontram os grupos sociais, essas idéias são de cunho popular ou até mesmo científico ou uma combinação de ambas.
A segunda fase é e fase da viabilidade técnica. Nesta etapa, há uma metodologia científica sistematizada para a consolidação de um padrão tecnológico. Feito por profissionais com uma qualificação técnica para uma apreciação Deve-se ter claro o termo da burocracia é um conceito administrativo amplamente usado, caracterizado principalmente por um sistema hierárquico, com alta divisão de responsabilidades, onde seus membros executam invariavelmente regras e procedimentos padrões, como engrenagens de uma máquina.
A terceira fase é a da política. É arremetida a idéia da orientação ou a atitude de um governo local, nacional ou transnacional em relação a certos assuntos e problemas de interesse público. A partir dessa premissa vêm os entraves, pois só há política no seu conceito se há interesse partidário ou popularidade para a próxima campanha na cidadania volátil do eleitor. Obedece a uma lógica de participação popular, da transparência e da inclusão tomada de decisões. Daí a importância da sociedade civil devidamente organizada politicamente como também uma consciência coletiva com solidez na resolutividade de problemas sociais.
Uma quarta fase é a fase da viabilidade social. É a capacidade de a tecnologia ser aplicada
“As fases, para serem plenamente cumpridas, precisam tornar possível a articulação entre governo, administração, especialistas e organizações sociais.”
Para que atenda a quarta fase é necessário passar pelo crivo político. A esfera governamental é fundamental para a destinação de recursos financeiros e viabilizar as tecnologias sociais, sem esse apoio, iria ter apenas boas práticas sociais, as tecnologias sociais passarão a ser estanques e engessadas.
Mesmo com soluções do ponto de vista econômico representam um baixo custo, ou mesmo um impacto ambiental para a solução de problemas, o andamento das tecnologias sociais se esbarra em outros interesses como a publicidade na mídia ou então uma “necessidade” de realizar megaprojetos.
Um dos desafios da tecnologia social reside no conceito de desenvolvimento humano: ampliar as capacidades humanas baseados nos quatro pilares: como o acesso à educação para a tomada da consciência, acesso aos recursos naturais para a sobrevivência, uma saúde garantida para a longevidade e a cidadania tendo como representativo uma participação popular.
Como o desenvolvimento humano está longe de sua plenitude, e deverá ser esperados lampejos de vontade política para acontecer-lho, um outro circuito da implantação da tecnologia social é a burocracia, e segundo o sociólogo alemão Max Weber “integrou o estudo das organizações ao desenvolvimento histórico-social. Segundo ele, cada época social caracterizou-se por um determinado sistema político e por uma elite que, para manter o poder e a legitimidade, desenvolveu um determinado aparelho administrativo para servir de suporte à sua autoridade.”.
Quando passam por esses circuitos, a academia dá uma roupagem as tecnologias sociais, pois aumentam suas chances de serem legitimadas e ganhar força no circuito administrativo.”Várias tecnologias ,ao serem analisadas neste âmbito,passam a ter status de solução recomendada pela academia.Diga-se de passagem,é a academia quem forma uma parcela relevante da burocracia e da opinião pública que legitima os dirigentes no processo de representação”
As tecnologias sociais surgem a partir das necessidades locais ligadas a organizações sociais. Embora com esse aporte, os recursos humanos poderão ficar estagnados se não houver um programa de educação continuada da população. Sabemos que a situação educacional do país é precária, e isso dificulta uma continuidade de seguimento dos projetos que viabilizam as tecnologias sociais.
“As pessoas não foram formadas para desenvolver capacidades gerenciais, organizativas, de planejamento. Não foram preparadas para prever riscos, aproveitar oportunidades. Não foram estimuladas a persistir, superar dificuldades, a insistentemente procurar ajuda.”
O processo de construção e a construção do processo das Tecnologias Sociais
A engenharia de construção das tecnologias irá garantir:
· Reconhecer a autoria
· Registro de Experiência
· Status de Excelência
· Sistematização dos processos de construção
· Manualização
Há, no entanto uma “arquitetura” a ser desenvolvida para fortalecer a tecnologia social: desenvolver, integrar e compartilhar os bancos de dados existentes em diversos órgãos governamentais ou não pelo país. Com este é possível formar uma rede de tecnologia social, permitindo uma difusão cada vez mais acessível a todos os agente sociais.